quarta-feira, 14 de março de 2018

Quem são os Presbíteros?


Uma vez que defendo a necessidade do governo eclesiástico, ratifico o que declarei no artigo anterior: Se de fato necessitamos de governo, que seja amparado pela Palavra de Deus. Poder-se-ia, com o avanço da igreja, abordar os líderes com previsão na Palavra de Deus, e aqueles que a igreja inseriu no curso da sua história, como consequência lógica do seu avanço e mudanças sociais.

            Começando pelos oficiais previstos na Palavra de Deus, o primeiro que abordarei nos próximos artigos será o Presbítero. Os presbíteros são aqueles que tem como função dirigir, surpervisionar e cuidar da igreja por amor à Deus e ao próximo, nos termos de I Timóteo 5:17 c/c I Timóteo 3:4-5, que transcrevo abaixo:

Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. [grifo próprio]
(I Timóteo 5:17)

... e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);[grifo próprio]
(I Timóteo 3:4-5)

            É certo que a palavra “presbítero” é sinônima de outras duas: bispo/superintendente (episkopos) e pastor (poimen). Temos um exemplo do uso do termo bispo no texto de I Timóteo 3:2, quando se declara que é necessário que “o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar”. Já o termo pastor ocorre apenas uma vez no Novo Testamento, em Efésios 4:11:

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres

            Há na passagem acima uma discussão acerca dos termos pastores e mestres, quanto a hipótese de tratar-se de pastores-mestres. A discussão seria em torno da possibilidade de “poimenas kai didaskalous” não trazer a ideia de um chamado diferente (um para pastor e um para mestre), mas de um aspecto do chamado do pastor. Neste último caso, o pastor seria o responsável pela condução e ensino do rebanho, sendo certo que, ao analisarmos a construção da sentença do versículo 11, fica evidente que se fosse intenção de Paulo abordar dois chamados diferentes, bastaria manter o uso de “outros para”, ainda que alguns possam argumentar a supressão da expressão. Não arrisco a explorar mais a questão, pois está além dos meus conhecimentos.

            Não se tratam de ofícios diversos, visto que as atribuições dos bispos, pastores e presbíteros são as mesmas, havendo, ainda, a ordem de Pedro para que os presbíteros pastoreiem o rebanho de Deus que havia entre eles (1 Pedro 5:2). São, portanto, sinônimos, cujo uso de um ou outro termo ressalta uma característica mais evidente do mesmo.

            Outro argumento favorável está ligado ao uso do termo pastores-mestres abordado anteriormente. Se o pastor tem o dever de ensinar ao seu rebanho, podemos corroborar tratar-se de outra nomenclatura para presbítero, visto que entre as características deste está a aptidão para o ensino (I Timóteo 3:3,8 e Tito 1:7).

            Ainda sobre o governo da igreja por parte dos presbíteros, basta uma análise na Palavra de Deus para se chegar a conclusão de que o modelo de governo bíblico é aquele que possui vários presbíteros liderando a igreja que os elegeu (Atos 14:23 c/c Atos 20:17 c/c Tito 1:5). Veja que no texto de Tito 1:5, a razão de Paulo deixar Tito em Creta é, entre outras, para que este estabelecesse os presbíteros de cidade em cidade! Colocando em termos atuais, de igreja local em igreja local. As vantagens da pluralidade de presbíteros são, entre outras:

1 - Exercício do Sacerdócio Universal de Todos os Santos

            Uma equipe de presbíteros é uma forma eficaz de exercer o sacerdócio universal em favor da edificação da igreja, visto que homens com virtudes e peculiaridades exerçam os dons diversos (ou mesmo iguais) que receberam do Senhor, contribuindo para melhor decisão para coletividade.

2 - Unidade de Pensamento

            Uma equipe de presbíteros pode evidenciar aquilo que o Espírito Santo tem a dizer para a comunidade, visto que nosso Pai não é Deus de confusão, e naquilo que dois ou três presbíteros vierem a concordar, a chance de haver erro de direção é menor. Evita-se, ainda, que haja uma liderança déspota e antibíblica.

3 - Uma igreja sempre pronta

            Podemos falar, ainda, de uma liderança com uma agenda flexível, que garanta que haja sempre a possibilidade de atender as demandas da comunidade local, bem como que os presbíteros apoiem-se uns aos outros nas tentações e dificuldades da vida e ministério.

4 - A igreja cresce com as gerações

            Ressalto também a possibilidade de que haja observância da perspectiva de diversas gerações diferentes, podendo haver no corpo de presbíteros a voz do presbítero mais moço, com aquele que poderia ser considerado um ancião na comunidade. Isso é positivo para que a igreja não fique estagnada, e acompanhe as mudanças que o tempo carrega em seu bojo.

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Só faço uma observaçao quanto as características do presbítero, pois entendo que todas devem estar presentes, sem exceção, salvo alguns percalços na caminhada da fé. Em relação aos filhos todos têm que ser crentes e dar bom testemunho. A exceção é a escolha de um presbítero casado que ainda não tem filho (s) ou ainda não estão na idade de crer. E os viúvos e solteiros podem? O tema é polêmico... A paz!

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  3. O comentário era no outro texto... Kkk!

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