Uma
vez que defendo a necessidade do governo eclesiástico, ratifico o que declarei
no artigo anterior: Se de fato necessitamos de governo, que seja amparado pela
Palavra de Deus. Poder-se-ia, com o avanço da igreja, abordar os líderes com
previsão na Palavra de Deus, e aqueles que a igreja inseriu no curso da sua
história, como consequência lógica do seu avanço e mudanças sociais.
Começando pelos oficiais previstos
na Palavra de Deus, o primeiro que abordarei nos próximos artigos será o Presbítero. Os presbíteros
são aqueles que tem como função dirigir, surpervisionar e cuidar da igreja por
amor à Deus e ao próximo, nos termos de I Timóteo 5:17 c/c I Timóteo 3:4-5, que
transcrevo abaixo:
“Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários
os presbíteros que presidem bem, com
especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.” [grifo próprio]
(I Timóteo 5:17)
“... e que
governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o
respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);”
[grifo próprio]
(I Timóteo 3:4-5)
É certo que a palavra “presbítero” é
sinônima de outras duas: bispo/superintendente (episkopos) e pastor (poimen).
Temos um exemplo do uso do termo bispo no texto de I Timóteo 3:2, quando se
declara que é necessário que “o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio,
modesto, hospitaleiro, apto para ensinar”. Já o termo pastor ocorre apenas uma vez no Novo
Testamento, em Efésios 4:11:
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”
Há na passagem acima uma discussão
acerca dos termos pastores e mestres, quanto a hipótese de tratar-se de
pastores-mestres. A discussão seria em torno da possibilidade de “poimenas kai didaskalous” não trazer a
ideia de um chamado diferente (um para pastor e um para mestre), mas de um
aspecto do chamado do pastor. Neste último caso, o pastor seria o responsável
pela condução e ensino do rebanho, sendo certo que, ao analisarmos a
construção da sentença do versículo 11, fica evidente que se fosse intenção de
Paulo abordar dois chamados diferentes, bastaria manter o uso de “outros para”,
ainda que alguns possam argumentar a supressão da expressão. Não arrisco a explorar mais a questão, pois está além dos meus conhecimentos.
Não se tratam de ofícios diversos,
visto que as atribuições dos bispos, pastores e presbíteros são as mesmas, havendo,
ainda, a ordem de Pedro para que os presbíteros pastoreiem o rebanho de Deus
que havia entre eles (1 Pedro 5:2). São, portanto, sinônimos, cujo uso de um ou
outro termo ressalta uma característica mais evidente do mesmo.
Outro argumento favorável está
ligado ao uso do termo pastores-mestres abordado anteriormente. Se o pastor tem
o dever de ensinar ao seu rebanho, podemos corroborar tratar-se de outra
nomenclatura para presbítero, visto que entre as características deste está a aptidão
para o ensino (I Timóteo 3:3,8 e Tito 1:7).
Ainda sobre o governo da igreja por
parte dos presbíteros, basta uma análise na Palavra de Deus para se chegar a
conclusão de que o modelo de governo bíblico é aquele que possui vários
presbíteros liderando a igreja que os elegeu (Atos 14:23 c/c Atos 20:17 c/c
Tito 1:5). Veja que no texto de Tito 1:5, a razão de Paulo deixar Tito em Creta
é, entre outras, para que este estabelecesse os presbíteros de cidade em
cidade! Colocando em termos atuais, de igreja local em igreja local. As vantagens da pluralidade de presbíteros são, entre outras:
1 - Exercício do Sacerdócio Universal de Todos os Santos
Uma equipe de presbíteros é uma
forma eficaz de exercer o sacerdócio universal em favor da edificação da
igreja, visto que homens com virtudes e peculiaridades exerçam os dons diversos
(ou mesmo iguais) que receberam do Senhor, contribuindo para melhor decisão
para coletividade.
2 - Unidade de Pensamento
Uma equipe de presbíteros pode
evidenciar aquilo que o Espírito Santo tem a dizer para a comunidade, visto que
nosso Pai não é Deus de confusão, e naquilo que dois ou três presbíteros vierem
a concordar, a chance de haver erro de direção é menor. Evita-se, ainda, que
haja uma liderança déspota e antibíblica.
3 - Uma igreja sempre pronta
Podemos falar, ainda, de uma
liderança com uma agenda flexível, que garanta que haja sempre a possibilidade
de atender as demandas da comunidade local, bem como que os presbíteros
apoiem-se uns aos outros nas tentações e dificuldades da vida e ministério.
4 - A igreja cresce com as gerações
Ressalto também a possibilidade de
que haja observância da perspectiva de diversas gerações diferentes, podendo
haver no corpo de presbíteros a voz do presbítero mais moço, com aquele que
poderia ser considerado um ancião na comunidade. Isso é positivo para que a
igreja não fique estagnada, e acompanhe as mudanças que o tempo carrega em seu
bojo.
Parabéns! Muito bom!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirSó faço uma observaçao quanto as características do presbítero, pois entendo que todas devem estar presentes, sem exceção, salvo alguns percalços na caminhada da fé. Em relação aos filhos todos têm que ser crentes e dar bom testemunho. A exceção é a escolha de um presbítero casado que ainda não tem filho (s) ou ainda não estão na idade de crer. E os viúvos e solteiros podem? O tema é polêmico... A paz!
ResponderExcluirO comentário era no outro texto... Kkk!
ResponderExcluir