terça-feira, 21 de março de 2023

My Cristo Academy

O anime Boku no Hero (My Hero Academy) traz a história de um jovem, chamado Izuku Midoriya, que nasceu sem poderes numa sociedade onde a maior parte da população é superpoderosa! Ele admira um herói chamado All Might, considerado o herói nº 1, e símbolo de esperança para todas as pessoas.

All Might possui uma individualidade chamada One For All, que é passada de geração em geração e guarda em si mesma a força de todos que utilizaram esse poder antes. Seus poderes permanecem junto ao One For All e são repassados para o usuário atual, que pode fazer uso deles.

Em primeiro lugar, podemos comparar Cristo ao All Might e todos os usuários do One For All: o nosso Senhor é o símbolo de esperança e justiça, aquele que é por tudo e todos, e sem o qual nada existiria (João 1:3) 

Aquele Plus Ultra no tinhoso!


A igreja pode ser representada pelo próprio One For All: carregamos conosco a força e as conquistas dos nossos irmãos que vieram antes de nós em prol do Reino. Assim como a individualidade, nos tornamos mais fortes a cada nova geração, e contra nós o mal não prevalece! (Mt 16:18) Choramos com os que choram, nos alegramos com os que se alegram, e, acima de tudo, testificamos Cristo e aprendemos com os testemunhos dos nossos irmãos.

"A verdadeira natureza do One for All é a capacidade de passar para alguém toda a experiência, vontade e habilidade que foram acumuladas. É o símbolo daqueles que carregam o fardo de proteger o futuro." - Nana Shimura, Boku no Hero Academia



É nesse sentimento que nós bem sabemos que somos um só corpo, num só Espírito, sendo chamados em uma só esperança da nossa vocação. Devemos andar de forma digna da nossa vocação, suportando-nos uns aos outros em amor (Efésios 4:1-4)

Assim como no anime, mesmo quando parece que o mal irá prevalecer, a esperança e fé no portador do One For All renova as nossas forças e nos motiva a continuar!  Mesmo feridos e cansados, nos levantamos mais uma vez! Somos perseguidos, abatidos, mas nunca destruídos! (2Co 4:8-9)

Diante das aflições, tentações e setas do maligno, não se desespere! Sejam fortes e corajosos, pregando a Palavra de Deus em todo tempo e lugar, fazendo discípulos em todas as nações e batizando-os! (Mateus 28:19)

Lembre-se nos seus piores momentos que o próprio Senhor Jesus disse que estaria conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mateus 28:20). É exatamente como o All Might fala: 


Não temam, cidadãos, a esperança chegou...



PORQUE EU ESTOU AQUI!

domingo, 19 de março de 2023

Não construa uma Torre de Babel - Gênesis 11:4-6

 "Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra. Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam; e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer."

Gênesis 11:4-6


A história da Torre de Babel é uma das histórias bíblicas mais conhecidas do Antigo Testamento. Lembro-me de sequer ser um cristão quando fiquei sabendo dela pela primeira vez. Eu era uma criança, e havia recebido um livro de histórias bíblicas com gravuras, e uma delas representava o momento da confusão de línguas. Na verdade, a gravura não correspondia bem à realidade do que a Palavra de fato narra, pois longe de registrar a confusão das línguas, ela registrava um caos quase apocalíptico onde homens despencavam do alto da Torre de Babel e caíam mortos. É uma conjectura muito grande, porém não totalmente impossível que a confusão tenha gerado mortes e conflitos, tendo em vista que a falta de diálogo por vezes ocasiona a violência entre os homens.

A história da queda de Babel não fala sobre Deus ficar ofendido pela torre ser muito grande e tocar os céus, como se isso fosse capaz de permitir que os homens alcançassem ao próprio Senhor. Afinal, a terra é o escabelo dos seus pés (Isaías 66:1) e nem mesmo os céus poderiam conter a glória de Deus (1 Reis 8:27). 

A lição da queda de Babel e desse sermão diz respeito à desobediência, afinal, Deus havia ordenado ao homem que multiplicasse e enche-se toda a terra (Gênesis 9:1). Não era porque a torre era alta e majestosa que Deus decidiu confundir os homens, mas porque, em primeiro lugar, ela nem deveria ter sido construída. Toda a humanidade descendia de Noé e sua família, os únicos que foram salvos pelo Senhor. Não é possível negar a existência de outras línguas antes do dilúvio, mas é correto afirmar que após ele só havia um idioma.

Os homens se uniram, num único propósito, o qual Deus havia tencionado destruir: fazer a sua própria vontade, de maneira irrestrita, e sem a possibilidade de serem afligidos. A partir do momento que o homem não se espalhasse, diminuiria a possibilidade de um conflito entre povos; e, no mesmo sentido, se todos partilhavam o mesmo idioma, isso favorecia o diálogo e a identidade de uma única nação. Na mentalidade daqueles homens, era o contexto perfeito para que prosperassem e se fizessem grandes aos próprios olhos. Acima de tudo, era o ambiente perfeito para que a perversidade do homem crescesse novamente, como um dia já havia sido.

1º Devemos tomar cuidado para não erguer Torres de Babel

Com isso me refiro a nossas tentativas falhas de construir grandes coisas que aos nossos olhos justifiquem postergar ou mesmo ignorar a vontade de Deus para nossas vidas. Me refiro aos esforço hercúleo que fazemos para tornar o nosso nome célebre o suficiente para aparentar ser justo e razoável não atender ao chamado de Cristo para nós. 

É a tentativa falha do homem em construir um grande negócio que tome o seu tempo que deveria estar dedicando ao Evangelho e ao Reino. São os grandes projetos que justificam o tempo roubado de devoção, comunhão, leitura da Palavra e oração, como se as necessidades imediatas dos nossos objetivos terrestres fossem mais urgentes que a saúde da nossa vida espiritual.

São os filhos que colocamos no mundo e com os quais justificamos a recusa de um chamado ministerial, assim como o jovem judeu não atendeu ao chamado do próprio Jesus porque precisava enterrar o seu pai primeiro. Como se tornar nossos descendentes célebres fosse o grande projeto das nossas vidas até que completem a maioridade, e em alguns casos, a famosa "Geração Coruja" que decide não sair da casa dos pais até a plena "estabilidade" (como se um dia considerássemos tê-la alcançado).

São as carreiras acadêmicas que almejamos, como se a intelectualidade fosse tão majestosa quanto a obediência. Desejamos ser doutos e célebres, mesmo que isso signifique tratar a Palavra de Deus e o próprio Senhor como um objeto de estudo das Ciências da Religião, ou Filosofia, ou Sociologia, etc. 

A grande realidade é que diariamente tentamos fazer com que os intentos pecaminosos do nosso coração, nossa vaidade e rebeldia ergam-se em direção ao céu, como se fosse possível ignorar a majestade do Senhor e chamar a atenção para as obras das nossas mãos. 

Onde a vontade do homem é posta em primeiro lugar, não há restrição para os seus próprios intentos, por piores que sejam. O que de pior pode brotar do coração do homem crescerá no solo da desobediência e rebeldia.

2º Devemos compreender que qualquer tentativa de se opor à vontade de Deus vai falhar

Assim como em Babel, não faltam relatos bíblicos da falha pífia do homem em tentar se opor à vontade de Deus.

Jonas tentou fugir para Társis e foi vomitado de volta para o caminho de Nínive; o Faraó do Egito em vão lutou contra a vontade do Senhor de que o povo Hebreu fosse embora; quantos povos tentaram derrubar Israel de forma definitiva, e ela sempre se reergueu? Quantas vezes o povo de Deus correu perigo de morte e sobreviveu? Quantos impérios, reinos e governos já não tentaram  obrigar o povo de Deus a recusá-lo?

A bíblia e a história da igreja está repleta de evidências que mesmo nos piores intentos do coração humano, a vontade de Deus sempre se concretizou. Na traição de José pelos irmãos, Deus foi glorificado ao salvar todos da fome; na traição de Jesus por Judas, a vontade de Deus perseverou, e hoje cada um de nós pode estar diante de Deus, na fé em Cristo Jesus.

Mesmo quando aparentemente o mal venceu, na verdade ele foi derrotado. Na morte de Jesus, a própria morte foi vencida. Nas perseguições que tentaram derrubar a igreja, ela cresceu de forma abundante pelo testemunho e sangue daqueles que morreram por amor a Jesus. 

Toda vez que uma nova torre é levantada em direção aos céus para confrontar a vontade de Deus, o Senhor a põe ao chão, pisando seus opositores e mostrando que nesta terra até mesmo uma torre de diamante é como um fio de algodão de um tapete no qual o Senhor repousa os seus pés. 

3º Precisamos compreender que em Deus está a plena comunhão e vontade de Deus para o seu povo

O Deus que causou a confusão de línguas em Babel para espalhar os homens pela terra e cumprir a Sua vontade para nós é o mesmo que uniu gregos, partos, medos, elamitas, naturais da Capadócia, Judeia, Mesopotâmia, e outros tantos lugares ao redor do mundo no Pentecostes, fazendo com que cada um deles compreende-se o que os demais falavam, no seu próprio idioma! 

"Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua."

Atos 2:5-6

Espalhar os homens pela terra não tinha como intenção mantê-los solitários e isolados uns dos outros, e sim cumprir a vontade do Senhor que no Filho de Deus fossem benditos todos os povos da terra. O que une o povo de Deus, a igreja, não é genética, idioma ou cultura, e sim o cabeça: Jesus Cristo.

Somos todos diferentes, porém com o mesmo objetivo, que é honrar e glorificar o nome de Jesus. Diferente de Babel, que foi desolada porque sua intenção era exaltar os homens, a Igreja cresce e frutifica porque a sua intenção é exaltar o Filho de Deus.

Não há confusão de línguas, porque não é o mesmo idioma que nos mantém unidos, mas o Espírito de Deus que fala a cada um de nós individualmente e como coletivo. Deus mantém unida a Sua igreja para honra e glória do Seu próprio nome.

A famosa Torre de Babel


domingo, 12 de março de 2023

Sede meus imitadores - 1 Coríntios 11:1

A primeira frase do capítulo 11 da carta aos Coríntios nos traz um grande ensinamento: é preciso aprender com os exemplos a nossa volta.

Nos capítulos anteriores Paulo havia narrado um pouco da história de Israel, e seus episódios de idolatria e cobiça que se "tornaram exemplos para nós", conforme 1 Coríntios 10:6. Em seguida ele fala sobre a imoralidade, a murmuração, sobre colocar o Senhor à prova, trazendo-as como exemplos de condutas que devem ser monitoradas para que aquele que pensa estar de pé não caia. Ele segue falando sobre liberdade cristã, e como mesmo todas as coisas sendo lícitas, nem todas serem convenientes ou edificantes.

Paulo segue ensinando que é prudente limitar a própria liberdade em benefício da consciência do outro, visando fazer tudo para glória de Deus. Para entender a primeira frase de Paulo no capítulo 11 é preciso compreender a sua última frase no capítulo 10: "assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.

Eu procuro ser agradável a todos, não a mim mesmo.
Sejam meu imitadores
Pois eu sou imitador de Jesus

1º Precisamos imitar Paulo e aprender a colocar o bem estar do outro acima do nosso.

Paulo ensina para a igreja que, embora pudesse comer o que quisesse, falar o que quisesse ou fazer o que quisesse, no fim das contas ele fazia aquilo em que pudesse ser agradável aos seus irmãos, e não a si mesmo. Veja que em momento algum Paulo diz que ser agradável é ser carismático, bajulador ou permissivo. Ele está dizendo que em tudo que ele faz, tenta ser um exemplo que conduz o outro ao caminho da salvação.

Nós de fato temos a liberdade de comer o que quiser, fazer o que quisermos, desde que isso não agrida a moral de Deus. Mas na prática tem coisas que por mais pequenas que sejam, pode ferir a consciência do outro, e nesse caso, devemos colocar o bem estar do outro acima do nosso. Se eu acredito que fazer uma tatuagem não seja pecado, mas meus pais acreditam que seja, eu não vou fazer uma tatuagem e agredir a consciência cristã deles. 

Seja assistir um filme de terror ou suspense; praticar uma determinada atividade física; consumir uma determinada bebida ou alimento... Tudo aquilo no que eu puder ferir a consciência do outro deve ser evitado, ao menos temporariamente. É preciso tomar cuidado que, se algo para você é tão importante que o bem estar das pessoas a sua volta não importa, talvez você esteja se tornando extremamente orgulhoso, ou essa coisa já se tornou um ídolo no seu coração.

Colocar o bem estar do outro acima do nosso não diz respeito apenas àquilo que você deixa de fazer, mas também àquilo que você faz intencionalmente, porque sabe que a outra pessoa precisa. Tem gente que é mais introspectiva, mais solitária, e às vezes precisa ser mais expansiva e sociável para poder estar com quem precisa disso. É se colocar a disposição para o bem estar do outro, mesmo que isso signifique lutar contra suas próprias limitações e seguranças.

2º É importante agir como Paulo e não tentar se colocar como exemplo do outro por nossos próprios méritos, mas naquilo em que nós tentamos ser iguais a Jesus. 

Paulo não exige que a igreja seja sua imitadora porque ele era um cara legal, muito inteligente e moral. A justificativa dele para ser imitado não leva em consideração suas próprias qualidades (e ele tinha muitas), mas no fato de que ele era imitador de Cristo. Ele não queria ser imitado em eloquência, conhecimento, erudição ou coisas do tipo. Ele queria ser imitado no fato de imitar Jesus. 

Paulo nos ensina que devemos desejar que as pessoas aprendam conosco e vejam Jesus Cristo através de nós. Devemos ansiar que, se um dia alguém diga "Aprendi com você", seja em relação a algo que a deixe mais parecida com o Senhor Jesus. Precisamos não apenas aprender com os bons exemplos das pessoas a nossa volta, mas principalmente aprender com os exemplos que nos aproximam de Deus.

Precisamos aprender com o próprio Jesus Cristo, que foi o maior exemplo de como o homem deve ser para agradar a Deus, pois Ele mesmo se faz carne para nos ensinar pessoalmente. Jesus nos ensinou o que é amor de verdade, misericórdia, alegria, e acima de tudo, o verdadeiro caminho em direção ao relacionamento com Deus. Ele nos ensinou como amar de verdade, e a quem amar de verdade.

Quer maior exemplo de doação ao próximo do que o próprio Senhor Jesus entregando a Si mesmo na cruz do Calvário? Quer maior exemplo de misericórdia do que a que ele dispensou a Maria Madalena? Quer maior exemplo de compaixão do que ele teve pela mulher do fluxo de sangue, pelos leprosos e outras centenas ou milhares de pessoas que Ele curou? O próprio Jesus, sendo Deus, se dispôs a caminhar como homem para fazer a vontade do Pai e salvar a cada um de nós, por mais doloroso que isso fosse.

Sendo imitadores de Paulo, devemos imitar ele inclusive em ser imitador de Jesus, do qual se diz em Filipenses 2:3-8:

Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere ou outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

3º Precisamos imitar Jesus Cristo e aprender a colocar a vontade de Deus acima da nossa.

Sendo imitadores de Cristo, devemos buscar a vontade de Deus acima da nossa. Pai, Filho e Espírito Santo partilhavam desde a eternidade um plano salvífico para o pecado do homem, no qual o Filho se entregava pelos homens, o Espírito Santo os convencia das suas obras más e da salvação concedida pelo Filho, e o Pai recebia como filhos todos aqueles que cressem. 

O nosso Senhor Jesus, mesmo sendo Deus, e tendo todo poder e majestade para simplesmente não fazer nada por nós, decidiu se entregar, e foi fiel até o fim, colocando a vontade do Pai, Filho e Espírito Santo acima da dele, em toda a sua humanidade e sofrimento que vivia naquele momento. Ele não abriu mão de sofrer na cruz, Ele não afastou a dor que estava sentindo com as Suas palavras, assim como era capaz de expulsar demônios. Ele não aceitou o desafio de Satanás e transformou pão em pedra. Ele não aceitou o desafio dos homens e tentou comprovar ser o Filho de Deus descendo da cruz. Ele cumpriu TODA a vontade de Deus para salvação dos homens, em cada detalhe, em cada momento. Naquilo que era agradável, como também naquilo que era doloroso.

Concluindo...

Entenda que na vida você vai se deparar com situações nas quais terá que escolher fazer aquilo que aparentemente te faria mais feliz e que você compreende como certo; ou escolher aquilo que não vai te beneficiar diretamente, mas vai ser bom para as pessoas a sua volta. Vai ser bom não porque vai dar aos outros o que eles querem, pois dizer não também é desagradável para nós, porém necessário.

Vai ser bom porque aquilo que você está fazendo ou deixando de fazer aproxima a pessoa de Jesus. 

Desejo que você busque para sua vida que as pessoas olhem para você e vejam a Jesus Cristo. 

Que outros possam te imitar, sabendo que você imita Jesus.







sábado, 4 de março de 2023

As parábolas do Novo Testamento (Mateus 13)

Durante o tempo que viveu entre nós, um determinado dia nosso Senhor Jesus, dentro de um barco, ensinava uma multidão que estava na beira da praia. Ele falou sobre conversão, sobre o Reino de Deus, sobre o destino da igreja e o fim dos ímpios. O que as lições dele tinham  em comum?

Todas elas foram dadas através de parábolas:

  • Parábola do semeador (Mateus 13:3-8);
  • Parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24-30);
  • Parábola do grão de mostarda (Mateus 13:31-32);
  • Parábola do fermento (Mateus 13:33);
  • Parábola do tesouro escondido (Mateus 13:44);
  • Parábola do negociante (Mateus 13:45-46);
  • Parábola da rede lançada ao mar (Mateus 13:47-48);
  • Parábola das coisas novas e velhas (Mateus 13:52)
 O que são as parábolas? 

Nas palavras de Peter Walker, as parábolas são "histórias terrenas com significados celestiais - são normalmente relatos simples e vividos, tirados da vida cotidiana, que lançam [luz] sobre boas novas do advento do reino"

São histórias baseadas na vida, seja ela real ou fictícia, geralmente retratando um cotidiano conhecido pelo público ao qual está sendo direcionada.

E por que Jesus usava parábolas?

Ao mesmo tempo que as parábolas simplificavam a compreensão dos ensinamentos de Jesus para os mais simples, elas também tinham como objetivo manter sem entendimento aqueles a quem o Senhor não desejava salvar, o que já havia sido profetizado pelo profeta Isaías (Mateus 13:11-13 c/c Isaías 6:8-10).

Por um lado questões como eleição, o Reino de Deus, salvação e condenação, novo nascimento e afins eram trazidas de forma compreensível para pessoas que sequer sabiam ler e em alguns casos nem tinham conhecimento do Antigo Testamento. As parábolas traziam realidades comuns ao povo comum no tempo de Jesus, e à região na qual viviam. Era portanto uma forma extremamente eficaz e didática de comunicar verdades bíblicas.

Por outro lado, comunicar as verdades de Deus através de exemplos tão simples evidenciava a dureza do coração dos homens, e necessidade da ação do Senhor derramando entendimento. As parábolas nos mostram que por mais simples que seja a explicação que damos do evangelho, se o coração de um homem estiver endurecido para Deus ele não vai compreender. Se nem com coisas simples como a semeadura de plantas, a fermentação do vinho, a busca de tesouros, etc., um homem é capaz de entender o aspecto espiritual da sua vida, nada vai funcionar.

O que as parábolas tem para nos ensinar?

A grande lição das parábolas (além das que elas já ensinam em si mesmas) é a necessidade de apresentar a mensagem de forma eficaz para aquele que precisa ouvir. Resumindo em uma palavra: Contextualizar.

Contextualizar é relacionar o que está sendo ensinado com o cotidiano.



Usar parábolas nos demonstra que a mensagem pregada precisa ser efetiva. Jesus não se coloca de frente para uma multidão heterogênea, cheia de pessoas simples e sem estudo, algumas até mesmo sem conhecimento do texto judaico, e começa a explicar o Reino de Deus através de um discurso extenso, prolixo e minunciosamente detalhado. Ele simplifica a mensagem de algo que não é nada simples. 

Da mesma forma, não adianta tentar dar uma aula de EBD extremamente complexa e descontextualizada para um jovem que ouve música, faz as tarefas da escola, conversa nas redes sociais e assiste vídeos no TikTok com duração de 15 segundos ou menos. É preciso contextualizar a mensagem pra tornar ela compreensível. 

Não estou falando de criar artifícios para chamar atenção, não estou falando de tirar foto cheirando a bíblia, usar roupa de super-herói no púlpito durante o culto ou gravar vídeos com dancinhas ao som de worship. Estou falando de compreender que os primeiros 15 segundos do que você quer dizer precisam ser certeiros e efetivos, do contrário, você vai ser só mais um conteúdo competindo atenção com todos os demais. 

Eu queria não precisar contar com essa astúcia



Também não estou anulando a ação do Espírito Santo para trazer para Si e para o evangelho toda a reverência e atenção devida. Estou dizendo que não podemos usar a soberania de Deus em dar entendimento e chamar para Si os homens como muleta para justificar o descaso que muitas vezes temos de nos fazer compreendidos. Se somos os servos de todos os outros irmãos, precisamos fazer as coisas pensando no outro, e não no que EU ACHO MELHOR. 

Não adianta falar de Deus com exemplos de casamento, se as pessoas para as quais você fala são todas solteiras; não adianta explicar em termos filosóficos o problema da Teodiceia para uma criança de 10 anos; não adianta falar de alegria em meio a miséria para quem tudo tem. A mensagem precisa ser efetiva.

Jesus debatia a Lei com fariseus e outros doutores da Lei, e ainda assim, quando falava com as pessoas comuns, falava de semeadura, de fermento, de vinho, nascer de novo, etc. Ele não obrigava as pessoas a acompanhar seu nível intelectual (o que seria impossível), e sim tentava se fazer compreender  até mesmo pelo mais limitado dos homens na multidão.

Imagem exemplificando como era Jesus ensinando por parábolas



Precisamos aprender a usar parábolas hoje também, e falar as coisas de uma forma que as pessoas a nossa volta possam compreender a mensagem que temos a levar. Precisamos ser intencionais na forma como nos comunicamos com as pessoas a nossa volta.

Atividade proposta:

1 - Como você faria para aplicar o método de parábolas hoje?

2 - Reescreva uma parábola do capítulo 13 utilizando o seu contexto de vida.

3 - Você percebe a ação do Espírito Santo em endurecer o coração dos homens, tendo em vista que hoje temos milhares de obras que se propõem apenas a explicar as parábolas, e mesmo assim tem gente que não compreende?

4 - Reflita: será que a sua não está alcançando a pessoa que você deseja evangelizar porque você está tentando comunicar o Evangelho em termos que ela não compreende?

Daniel e Eclesiastes 11:9-10

 "Jovem, alegre-se em sua juventude! Aproveite cada momento. Faça tudo que desejar; não perca nada! Lembre-se, porém, que Deus lhe pedi...