sábado, 21 de novembro de 2020

João 14:4-6

 E vocês conhecem o caminho para onde eu vou.

Então Tomé disse a Jesus:

- Não sabemos para onde o Senhor vai. Como podemos saber o caminho?

Jesus respondeu:

-Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

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Durante a sua última ceia, Jesus despede Judas e alerta Pedro que o mesmo o negaria. A última ceia não foi apenas o momento final de Jesus, no qual ele desejava confraternizar com seus discípulos antes de morrer. Não foi uma mera despedida com o objetivo de deixá-los com uma lembrança doce dos últimos momentos que caminharam juntos.

Jesus passa a ensinar os seus discípulos, preparando-os para o que estava por vir assim que já não estivesse mais junto deles. Consola-os acerca da descida do Espírito Santo, os alerta acerca das perseguições, da tristeza, mas também fala da alegria quando se reencontrarem novamente. Jesus ora por esses homens e os fornece não apenas uma refeição, mas principalmente um farol de esperança quando a situação deles piorasse.

Entretanto, a principal orientação dada por Cristo é aquela que inicia com o capítulo 14 de João. Jesus informa seus discípulos que deveriam crer nEle e no Seu retorno. Ele declara que os discípulos conheciam o caminho para onde Ele estava indo.

E então  Tomé, um dos discípulos o questiona. De que forma eles poderiam saber o caminho, se eles sequer sabiam para onde Jesus estava indo? Haviam acabado de ser alertados de que Cristo estava se despedindo para junto do Pai, o qual não sabiam onde habitava. Até aquele momento os discípulos não compreendiam que Jesus estava prenunciando Sua morte e ressurreição, e consideravam um local geograficamente localizado.

A resposta de Jesus é a razão de toda a igreja: Ele é o caminho, a verdade e a vida; e ninguém vai ao Pai se não for por Ele.

Essa declaração de Jesus traz alguns aspectos sobre a natureza da Sua obra redentora por nós, e também da Sua própria pessoa.

1º O caminho é a própria pessoa de Jesus, e não apenas as suas ações como homem:

Jesus declara que Ele mesmo é o caminho. Os discípulos caminharam com Cristo, aprendendo diretamente dEle e operando milagres em Seu nome. Quando Jesus diz que eles conheciam o caminho, poderia haver o risco de que compreendessem que o caminho era trilhar a mesma trajetória de obediência, abnegação, amor e martírio. Poderiam confundir a essência do cristianismo como a imitação completa do caminho de Jesus entre os homens, tomando apenas seu exemplo.

Em sentido contrário, Jesus declara que os discípulos conheciam o caminho que ele estava trilhando, pois Ele mesmo era o caminho! A salvação não se dá pelo simples exemplo, e sim pela própria pessoa de Jesus. O caminho não é a repetição  da vida de Jesus entre nós, e sim o próprio homem Jesus. Diferente do que alegam os liberais, Jesus não foi um homem que morreu para deixar um exemplo do potencial humano para o bem, e sim para Ele mesmo salvar pecadores, à despeito de Suas obras pecaminosas.

Isso para nós é extremamente importante, pois leva em conta a diferença entre considerar Jesus um mero exemplo de deveres cristãos e santidade perfeita; do agente efetivo da nossa salvação. Cristo é o caminho, pois ele mesmo é quem executa a obra redentora de forma definitiva em nosso favor. Ele é o caminho, pois a salvação é concedida, a despeito do  histórico de pecados ou capacidade de  ser obediente; bastando  apenas ter fé.

Toda a bíblia apontada para o Messias que tiraria o pecado do mundo; para  o Filho de  Deus que habitaria entre nós. Jesus como um exemplo não bastaria, pois cada um de nós é insuficiente e debilitado demais para apresentar a Deus qualquer oferta digna de aprovação. Imitar Jesus não bastaria, pois em primeiro lugar sequer poderíamos nos apresentar diante de Deus, pois não somos puros e perfeitos o suficiente para isso. O menor dos nossos pecados inviabilizaria a proximidade com o Senhor.

E se pudéssemos alegar que Deus no Antigo Testamento permitia ao Sumo Sacerdote entrar no Santo dos Santos através de um rito específico, tal  argumento não prosperaria, pois tal procedimento apontava para o próprio Jesus, simbolizando aquilo que Ele haveria de fazer por Seu povo, de forma que Cristo continua sendo o caminho, mesmo para aqueles que viveram a esperança do Messias que ainda não havia chegado.

Também podemos considerar que mesmo se pudéssemos nos apresentar diante de Deus, não poderíamos oferecer a Ele nada digno de louvor, também  por causa do pecado. Deus olha para as nossas obras "aprazíveis", morais e corretas, e vê nelas o pecado. Todas as boas obras dos homens sem o louvor e glória a Jesus são trapo de imundícia.

A finalidade de todo homem é glorificar a Deus, e tudo aquilo que é feito fora deste propósito é pecaminoso e impuro. Podemos ser ótimos cidadãos por diversas razões diferentes. Alguns homens podem temer o Estado, outros obter vantagens pessoais, construir um legado, ser engrandecido, sentir prazer, etc. 

Uma boa obra aos olhos de Deus necessita ser livre da influência do pecado.

E aqui novamente Jesus é o caminho. O pecado precisa ser pago, para que o homem seja reabilitado no seu relacionamento com Deus, assim como a justiça imputa que os crimes sejam pagos. Em um sistema penal, a pena é proporcional a diversos fatores como a extensão do dano e grau de culpabilidade do seu agente. Se analisarmos, em termos jurídicos apenas estes dois, fica demonstrada a incapacidade do homem se reabilitar por suas próprias forças.

No tocante a extensão do dano, consideramos o bem jurídico a ser preservado: a glória de Deus. Deus é eternamente glorioso, infinitamente digno de louvor! Por toda a eternidade Ele É. Santo dos Santos, Senhor dos Senhores, Pai da Eternidade. Ele é Perfeito! Eterno! Portanto, a glória de Deus, se considerada como um bem jurídico, é irreparável insubstituível e incompensável para os homens, pois demandariam capacidade infinita de uma criatura que já nasce limitada em suas capacidades.

Jesus, por outro lado, sendo o próprio Deus, possui a capacidade de pagar o preço  justo pelos nossos pecados. Pois Ele é Santo para se apresentar diante do Pai, e perfeito para pagar o preço  dos nossos pecados. Como homem, Ele viveu a vida de total obediência e louvor que nós somos incapazes de viver.

No que diz respeito à culpabilidade do agente, é preciso esclarecer que os homens pecaram contra Deus, então a humanidade precisaria pagar o preço. Não poderíamos ser substituídos por um anjo na quitação do pecado. Mas como já falamos, seria impossível para nós fazer isso. Jesus, por outro lado, sendo homem, é o único que poderia nos substituir na condenação, trocando de lugar conosco: os seus méritos são transferidos para nós, e nossa culpa é transferida para Ele.

Conclusão

Precisamos ter os olhos em Jesus Cristo, pois Ele é o caminho exclusivo para a nossa salvação. Qualquer proposta diferente disso é ilusão e pecado. É negligência e perigo de não levar em consideração a necessidade da encarnação e redenção de Jesus.

Daniel e Eclesiastes 11:9-10

 "Jovem, alegre-se em sua juventude! Aproveite cada momento. Faça tudo que desejar; não perca nada! Lembre-se, porém, que Deus lhe pedi...