domingo, 11 de junho de 2023

Jesus purifica o Templo - João 2:12-22

Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.

E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.

E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.

E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas;

E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.

E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorou.

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto?

Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.

Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?

Mas ele falava do templo do seu corpo.

Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito.



Introdução

Cristo havia se deslocado de Cafarnaum para Jerusalém por causa das festividades judaicas da Páscoa. Chegando no templo Jesus o Senhor se depara com ele repleto de cambistas e vendedores oferecendo todos os produtos e animais necessários para realizar holocaustos. Jesus então começa a derrubar as mesas e expulsar animais e cambistas com um azorrague de corda. Naquele momento um único homem, consumido pelo seu zelo, expôs a sua própria vida à risco de ser espancado ou até mesmo morto.

Mas por que a presença dos vendedores incomodou a Jesus?

Num primeiro momento podemos estranhar a reação de Jesus diante dos vendedores no templo, afinal, não estavam oferecendo nada ilícito. Pelo contrário: ofereciam tudo que seria necessário para que uma pessoa no templo oferecesse holocaustos e sacrifícios. Pessoas não precisariam se preocupar em procurar animais perfeitos ou correr o risco deles se perderem, serem roubados ou mortos no caminho. Bastava se deslocar até o templo e comprar tudo o que fosse necessário.

O problema se dá em transformar o local de adoração ao Senhor em um negócio. Os cambistas não estava na circunvizinhança do templo, e sim dentro dele. No local onde as pessoas deveriam estar louvando e dedicando devoção ao Senhor havia dinheiro, animais e diversas mesas ocupando todo o espaço. A presença dos cambistas impedia o acesso de todos os templo, e, ao invés do som de louvores, o que se ouvia eram vendedores gritando e fazendo ofertas.

As ações de Jesus também eram um cumprimento da Palavra de Deus. Em Salmos 69:7-9 Davi declara:

Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão cobriu o meu rosto. 

Tenho-me tornado um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos da minha mãe.

Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.

Não se tratava de um acesso de raiva destrutiva e desmotivada, e sim do cumprimento da Palavra de Deus, na qual Jesus demonstra à todos que o amor à Deus e Sua Santidade, e o zelo pelo que é santo precisa ser maior do que as afrontas e ameaças que qualquer um poderia proferir. Os discípulos naquele momento viram em Jesus o verdadeiro testemunho da fé, que sobressai ainda que haja risco de vida, afrontas ou humilhação.

Jesus não estava preocupado se poderia ser morto ou espancado. Estava preocupado com que o Templo de Jerusalém fosse um local de santa adoração, no qual as pessoas pudessem encontrar o ensino da Palavra, e colocar-se diante de Deus. 

Jesus, como o Filho de Deus, não poderia permitir que o Templo fosse transformado em um negócio. A intenção daqueles cambistas não era de forma alguma glorificar ao Senhor, e sim lucrar com o nome de Deus. Estavam preocupados apenas com o seu próprio bem estar.

Por que o Senhor Jesus não deu àqueles homem um sinal de ser o Filho de Deus?

A ação de Jesus chamou a atenção dos cambistas, que ficaram perplexos com o que estava acontecendo. Os judeus diante das ações de Jesus questionaram com qual autoridade faziam tais coisas. Consideraram a possibilidade de Jesus ser um profeta, tendo em vista que o Antigo Testamento apresenta diversos atos proféticos que para nós homens são complexos, mas que na razão de Deus tem um objetivo didático. Podemos tomar como exemplo o profeta Isaías, que por 3 anos descalço e despido das suas vestes (Isaías 20:3).

Aqueles homens consideraram que ninguém seria louco de mexer com pessoas tão poderosas a menos que tivessem autoridade para fazê-lo. Havia a possibilidade de que Jesus fosse um profeta, e então as Suas ações seriam justificáveis, e não poderiam fazer nada contra Ele. Para ter certeza disso, pediram a Jesus que desse um sinal de que possuía autoridade pra fazer isso.

Jesus, por outro lado, nega um sinal àqueles homens, declarando que caso derrubasse o templo, em três dias Ele seria capaz de reconstruir. Então aqueles homens responderam ter sido necessário 46 anos para reconstrução do Templo de Jerusalém, pois entenderam que Jesus estava realmente falando do Templo de Jerusalém. O que eles não compreendiam é que Jesus Cristo estava falando acerca de Si mesmo.

Nosso Senhor estava dizendo que mesmo que aqueles homens pudessem atacá-lo pelo que Ele fez, e tirar a Sua vida, isso não importaria, pois Ele ressuscitaria. Jesus estava declarando que nenhum sinal seria dado àqueles homens a não ser a Sua própria ressurreição. Jesus está colocando aqueles homens em pé de igualdade com os fariseus e escribas que cobraram dEle um sinal, tendo recebido como resposta que uma geração má e adúltera não receberia qualquer outro sinal senão o sinal do profeta Jonas, que esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe (Mateus 12:39-40).

Jesus Cristo está declarando que Ele não tem nenhum interesse ou obrigação de provar nada a qualquer ímpio. A incredulidade daqueles homens diante do Filho de Deus lhes seria imputada como injustiça, e sua aprovação de nada importava. Jesus não estava ali para convencer ninguém através de sinais, mas deixou para Seus verdadeiros discípulos a lembrança das Suas Palavras, quando tempos depois elas se cumpriram na crucificação e ressurreição.

Naquele momento ninguém compreendia por que Jesus falava da destruição do templo, nem mesmo Seus discípulos; mas tempos depois Suas palavras fizeram sentido, e serviram para fortalecer a fé nas Escrituras e no próprio Jesus.

E quais lições ficaram para nós?

Em primeiro lugar, igreja não é comércio. Precisamos estar conscientes e conscientizar as pessoas a nossa volta de que a igreja de Cristo é um local de adoração ao Senhor. Estamos cercados de mercadores da fé, prontos para vender objetos ungidos em troca de bençãos da parte de Deus. Tudo isso é anátema, pois a igreja não é casa de venda. Deus nos ofereceu tudo sem cobrar nenhum preço por isso, Ele não precisa do nosso dinheiro pra agir em nosso benefício. Não podemos tentar comprar o favor de Deus.

Em segundo lugar, não devemos ficar cobrando sinais da parte de Deus para depositar ou medir a nossa fé. Entenda que ficar cobrando sinais é postura de quem não tem fé. Quando confiamos em alguém, não ficamos a todo tempo cobrando dessa pessoa sinais de que podemos confiar nela. Com Deus é a mesma coisa. Não podemos ficar cobrando sinais de Deus a todo momento porque somos incapazes de confiar no agir dEle.

Veja que mesmo quando não compreendemos ou entendemos, Deus está operando a Sua obra, e nós só precisamos confiar. Os discípulos não entenderam no momento o que Jesus quis dizer com a destruição e  reconstrução do Templo, mas tempos depois quando nosso Senhor ressuscitou, todos eles compreenderam e foram edificados.

Em terceiro lugar, o que é verdadeiro e da parte de Deus é confirmado pela Sua Palavra. Quando Jesus falava, seus discípulos conseguiam identificar o cumprimento das Palavras do Antigo Testamento, e o que o próprio Senhor Jesus declarava, no tempo certo se cumpria. Isso nos ensina que devemos moldar nossas decisões e estar atentos à Palavra de Deus. Se você tem dúvida se suas ações ou decisões são do agrado do Senhor, questione primeiro se elas vão ao encontro da Bíblia. Se aquilo que você faz te deixa com a consciência de estar afrontando a bíblia, deixe de fazer. 

Isso porque o Espírito Santo nos habilita a compreender as nossas ações à luz da Palavra de Deus.  Por isso, precisamos tanto desenvolver o hábito de leitura da Palavra, como também o hábito da oração. A nossa vida deve estar a todo momento apontando pra Jesus Cristo, e o que sabemos do nosso Senhor foi deixado para nós na Sua Palavra.

O próprio Jesus declarou que não veio para abolir a Lei de Deus, mas para cumpri-la. E de fato o Senhor fez isso. E se mesmo Jesus viveu inteiramente de acordo com a Palavra, não tendo ensinado um evangelho que a dispensasse para nós,  não podemos fazer diferente dele. Precisamos viver de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras.


sábado, 10 de junho de 2023

As Bodas de Caná da Galiléia - João 2:1-11


 

As bodas de Caná da Galiléia

João 2 registra para nós o primeiro milagre do nosso Senhor Jesus Cristo, tendo sido realizado nas bodas de um casal de noivos de Caná da Galiléia. Maria, mãe do Senhor Jesus havia sido convidada, bem como Jesus e seus discípulos que com Ele estavam. 

O problema

Durante a festa de casamento o vinho acaba e a mãe de Jesus recorre a Ele.

Não é certo que Maria tenha buscado Jesus esperando que Ele realizasse algum milagre, até porque até aquele momento, Cristo ainda não havia realizado nenhum. É possível que recorrer a Cristo fosse a solução de Maria para consolar os noivos e amenizar o sofrimento e vexame de ter que encerrar a festa mais cedo. Ainda que seja uma possibilidade, afirmar categoricamente que Maria esperava um milagre seria extrapolar os limites do texto bíblico e invalidar as palavras do próprio João, que no final da perícope declara que foi neste momento que Jesus principiou os seus sinais.

Por outro lado, os defensores da tese que Maria esperava um milagre de Jesus afirmam que o relato de João declara que foi assim que Jesus principiou os seus sinais em Caná da Galiléia, interpretando que o Senhor teria realizado milagres em outras cidades, tendo inclusive discípulos. Como seria possível que Jesus tivesse discípulos se não tivesse demonstrado o Seu poder? 

Em que pese o respeito e até mesmo a boa argumentação dessa tese, o próprio capítulo 1 do Evangelho de João declara que os discípulos de Jesus o haviam seguido pelo testemunho de João Batista, que o declarou como o Cordeiro de Deus, o Messias. João preparou o caminho para o início do ministério de Cristo, tendo batizado diversos homens e testificado acerca de Jesus. Esse testemunho, conforme o relato bíblico rendeu frutos: André e Pedro. Os outros dois discípulos são apresentados como Filipe e Natanael, que atenderam ao chamado do próprio Senhor Jesus sem a realização de qualquer milagre.

A questão que pode nos deixar curiosos é por que o Senhor Jesus inicia os seus sinais e maravilhas com algo tão banal como uma festa de casamento. Podemos acabar nos perguntando por que isso era importante. Jesus Cristo, podendo ter "gastado" o seu primeiro milagre curando um enfermo, fazendo um cego enxergar ou um paralítico andar; resolve transformar água em vinho para uma festa. 

Precisamos compreender a importância da hospitalidade para o povo judaico. Ser hospitaleiro e tratar bem ao próximo era um dever ético e moral, e a falta de hospitalidade era causa de vergonha e uma questão de extrema gravidade. Quando olhamos para o Antigo Testamento nós vemos que a hospitalidade ia além de tratar bem ao visitante, e também implicava no cuidado integral das necessidades daqueles que estavam em sua casa. Ló, por exemplo, oferece suas duas filhas aos homens de Sodoma para proteger os anjos do Senhor enviados a sua casa; Labão recebeu Jacó em sua casa por um mês. 

Pela cultura do Antigo Oriente a hospitalidade era um dever que deveria ser dispensado mesmo aos desconhecidos, assegurando a ele cuidado e proteção durante três dias, e a hospitalidade é uma marca dos povos do deserto, onde era comum haver tribos de nômades. Por se tratar de uma questão de sobrevivência num ambiente perigoso e precário, a hospitalidade era inclusive uma questão legal, uma obrigação com força de lei. 

Não apenas uma questão legal, a hospitalidade era uma questão bíblica. O judeu deveria amar ao estrangeiro como a si mesmo (Lv 19:34), e diversos preceitos bíblicos visavam a proteção do estrangeiro, do órfão e da viúva, em atendimento ao dever de hospitalidade como um aspecto do amor ao próximo.

Tomando essas informações como ponto de partida, é compreensível a preocupação de Maria com o término do vinho durante a festa de bodas. O vinho era alimento necessário para o povo antigo, e ter acabado poderia causar vergonha e constrangimento ao casal, que poderia ser objeto de comentários maliciosos e críticas. O casal no seu momento de maior alegria, celebrando o seu casamento poderia experimentar grande tristeza e constrangimento por não ter calculado direito as necessidades dos seus próprios convidados; ainda mais considerando os indícios de serem de fato hospitaleiros e solícitos, tendo convidado para suas bodas não apenas Jesus Cristo, como também 4 discípulos. O fim do vinho seria o fim da alegria do casal e insatisfação de todos os convidados.

A resposta de Jesus e a reação de Maria

Maria demonstra a sua preocupação com o fim do vinho e recorre imediatamente ao seu filho. Jesus, por outro lado, não demonstrou qualquer afetação. Ela demonstra sua total preocupação e recebe como resposta "Mulher, que tenho eu contigo? Não é chegada a minha hora."

Não foi uma resposta desrespeitosa e muito menos um fora dado pelo Filho de Deus na Sua  própria mãe. Cristo não estava dizendo que não se importava com o fim do vinho ou com a opinião da sua mãe, e nem que isso não era importante. Jesus disse exatamente o que foi dito: Não era chegada a Sua hora. Não era a preocupação de Maria e nem a urgência de repor o vinho que moveriam Jesus Cristo, e sim a Sua própria vontade e o Seu tempo para realizar os seus milagres. Jesus estava dizendo para sua mãe que não importava o quão nervosa e preocupada ela pudesse estar, o tempo de Deus é perfeito, e Seu agir não seria antecipado.

Tanto esta é a chave para compreender essa passagem, que a resposta de Maria ao seu filho foi dizer aos serventes que fizessem tudo que Ele mandasse. Maria não ficou ofendida, mas compreendeu que Jesus estava dizendo para ela não ficar ansiosa e tentar antecipar as ações e conselhos do Filho de Deus. Ela deveria confiar no seu filho.

Longe de ser uma questão irrelevante, vemos o quanto essa passagem é necessária até mesmo hoje, quando nos deparamos com doutrinas como a Mariologia, que inclui Maria como agente ativa na salvação dos homens, agindo como intercessora perante Jesus. Os homens, portanto, poderiam interceder a Maria, e ela, como mãe, intercederia por nós ao Filho.

A fala de Jesus está mostrando para nós que a preocupação e palavras de Maria não moveriam o Senhor quanto ao seu tempo e intento. O pedido de Maria não anteciparia o tempo de Jesus, mesmo diante da urgência em suprir as necessidades do casal. Ela intercedeu pelo casal de noivos, e isso nada adiantou para mudar os planos do Senhor Jesus.

O primeiro milagre

Ao seu tempo, Jesus Cristo ordena aos servos no casamento que enchessem as talhas de pedra utilizadas para o ritual de lavagem com água. Haviam seis delas, e cada uma delas poderia comportar de dois a três almudes, uma unidade de medida que variou bastante ao longo do tempo. As seis talhas no seu total poderiam ter armazenado de 150 a 200 litros de água. O nosso Senhor Jesus Cristo proveu o casal que nada tinha com bastante abundância. 

Não apenas a benção foi abundante, como acima de tudo era maravilhosa. O mestre-sala elogia o noivo por ter deixado o melhor vinho para o final. Se o melhor vinho era servido no início do casamento, e o vinho de pior qualidade servido ao final, isto significava que o vinho do milagre de Jesus era extraordinário. Era melhor que o melhor que o casal poderia oferecer aos seus convidados.

Mais importante do que isso é compreendermos que os milagres de Jesus sempre apontam pra obra dEle na nossa vida. Ele curava enfermos e expulsava demônios demonstrando que de fato era o Senhor que nos libertaria do pecado e sararia nossas enfermidades físicas e espirituais, Ele dava ordens aos mares e ventos demonstrando ser Senhor sobre toda a terra. Os seu milagres a todo momento demonstravam aos homens que Ele era o Filho de Deus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo!

As talhas de pedra eram utilizadas pelos judeus nos rituais de purificação, para lavar mãos e pés e se purificar quando necessário. O milagre é didático: á agua das talhas de pedra não seriam necessárias para purificar os homens, pois Cristo mesmo seria aquele que nos purificaria de todos os nossos pecados de uma vez por todas. Cristo substituiria a água da purificação pelo seu próprio sangue derramado na cruz. Vemos posteriormente o Senhor Jesus instituir na Ceia do Senhor o vinho como a representação do Seu próprio sangue.

E quais lições essa passagem deixa para nós?

Em primeiro lugar, Jesus Cristo é a nossa salvação, nossa provisão e a nossa alegria. As talhas de água serviam para purificação; o vinho era uma provisão necessária para vida diária e também um meio de alegria nas celebrações. Ao transformar a água das talhas em vinho, Jesus está simbolizando a Sua própria obra por nós. Logo, em Jesus encontramos não apenas a fonte da nossa salvação, como também da nossa alegria.

O Senhor Jesus não apenas é a fonte de purificação dos nossos pecados, como também é o nosso contentamento. Não precisamos apenas ser gratos pela nossa salvação, como também devemos nos alegrar no nosso Senhor. Devemos nos contentar e celebrar a vida em Cristo, que nos salvou e transformou a nessa vida para sempre. Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Na cruz o Senhor pagou o preço definitivo do nosso pecado. O Seu castigo nos trouxe a paz e nos religou ao nosso Deus. 

Em segundo lugar, precisamos aprender a confiar e descansar no Senhor. Digo isto com base na resposta de Cristo para Maria. Nossas prioridades, urgências e ansiedade não vão antecipar num milésimo de segundo os propósitos e ações de Deus. Muitas vezes dizemos acreditar no tempo de Deus para as coisas na nossa vida, mas nos mantemos ansiosos e até mesmo tentamos conquistar o favor do Senhor na esperança de conseguir a ação imediata de Deus.

Precisamos compreender que mesmo quando somos incapazes de ver, Deus já está agindo em nosso benefício. Precisamos compreender que no tempo certo as bençãos do Senhor virão para nossa vida. Precisamos compreender que o que você considera urgente pode não ser urgente para Deus, e algo que você deseja, e deseja imediatamente, pode jamais ser dado a você. 

Precisamos aprender com Maria e diante das adversidades e problemas, respirar fundo e dizer: Seja feita a Sua vontade.

Em terceiro lugar, as bençãos do Senhor são maiores e melhores do que tudo que você possa tentar conquistar por suas próprias mãos. O Senhor Jesus não só proveu a necessidade do casal para o fim da festa, como o fez de forma abundante. Não só proveu o vinho, como proveu o melhor vinho da festa! Aquilo que o casal tinha a oferecer para os seus candidatos era bom, mas o que o Senhor Jesus tinha a oferecer era ainda melhor! Nós podemos ser felizes, nós podemos ser prósperos, podemos ser prodígios em diversas áreas da nossa vida, mas tudo isso é pequeno diante das bençãos do Senhor em nosso favor. Corremos e lutamos para conquistar as coisas diariamente, enquanto o Senhor Jesus nos oferece Seu amor e salvação gratuitamente, sem nenhum esforço da nossa parte.

Podemos correr atrás de festividades, relacionamentos, objetivos profissionais, desafios pessoais e nos contentar em todas essas coisas. Elas são boas e agradáveis. Mas ter Cristo na sua vida é ainda melhor. 

Em quarto lugar, a vida em Cristo não é letárgica e triste. Jesus Cristo, longe de ser um eremita contemplativo e asceta, estava presente em todos os momentos da vida humana.  Ele nos ensina que a vida cristã não é o desligamento do convívio com as pessoas a nossa volta em prol de viver autocontrole e atividades introspectivas de devoção. Jesus não estava apenas em montes e desertos orando e jejuando; ele também estava presente em casamentos e outras festividades. A própria relação do cristão com Jesus é retratada como as festas de bodas, onde noivo e noiva se alegram na sua união.

Cristo deseja que tenhamos sim momentos de reflexão, oração e jejum apenas na presença dEle; mas para ser piedoso não precisamos deixar de ser contentes, de festejar e ser alegres, de brincar e sorrir. Ser santo é ser piedoso, mesmo onde outras pessoas não são. Podemos estar em ambientes familiares e festas onde nem todos são cristãos, e nessa ação sermos a luz no meio da escuridão. Jesus Cristo sentava à mesa com pecadores, Ele não procurava a mesa dos fariseus e dos "mais santos". Ele estava com as pessoas, influenciando elas e confrontando-as com seus pecados.


E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.

E foi convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.

E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.

Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.

Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.

E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.

Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.

E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.

E, logo que o mestre-sala provou a água feita em vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo,

E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.

Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

João 2:1-11

Daniel e Eclesiastes 11:9-10

 "Jovem, alegre-se em sua juventude! Aproveite cada momento. Faça tudo que desejar; não perca nada! Lembre-se, porém, que Deus lhe pedi...