quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Devocional - Salmo 1:3


“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.”
Salmo 1:3



Quando lemos os dois versículos anteriores, vemos o salmista fazer um paralelo entre ímpios e justos, no tocante a forma pela qual eles veem e vivem no mundo. Seguindo o versículo, Davi compara o justo a uma árvore plantada junto a uma corrente de águas, a qual recebe nutriente e água constantemente, o solo em seu entorno é fértil e favorável a vida.

Assim como essa árvore, o homem que medita na Palavra de Deus é alimentado e nutrido diariamente por ela, e o Senhor dá o crescimento da Sua vontade no coração a que Se revela. Podemos ficar tentados a aplicar o texto com olhos no que se pode obter da parte de Deus, e não no que de fato se pode ser junto a Ele. Precisamos entender que:

1º O texto não fala de prosperidade material, e sim de santidade e justiça.

O salmo compara justos e ímpios no que diz respeito a forma como vivem: o primeiro de acordo com a vontade de Deus declarada em Sua Lei; o segundo tendo ideias e posturas pautadas na pecadores e blasfemos. Se o terceiro versículo é uma continuação das informações do segundo, e fala do justo, podemos concluir que Davi não fala da prosperidade que o justo conquistará durante a vida, e sim na santidade que poderá desenvolver.

Os frutos a serem produzidos pelo justo são os frutos do Espírito, uma vida de santidade, na qual é possível se manter fora do caminho dos ímpios. Meditar constantemente na Palavra nos aproxima de Deus e, revestidos do Espírito Santo, somos capazes de identificar o pecado em nossa trajetória, bem como as formas de agradar e glorificar ao Senhor. Fruto não é patrimônio, é fazer aquilo que agrada a Deus e evitar o pecado.

2º Perseverança: Nem antes, nem depois... No tempo certo.

 Se o fruto a ser produzido é uma vida de santidade diante de Deus, devemos perseverar. Veja que a árvore junto às águas produz o seu fruto no tempo certo. Ela começa caindo no solo, brota e começa a erguer-se em busca da luz do sol. Suas raízes penetram a terra milímetro por milímetro, dia após dia. Ela balança diante de tempestades, é dobrada pela força dos ventos, entretanto, seus galhos são flexíveis e por mais que pareçam prestes a romper, isso não acontece. A árvore cresce, seus galhos ficam cada vez mais robustos, suas raízes mais fundas, sua folhagem verde e bela. Quando chega o momento certo, ela começa a produzir seus frutos!

Captou a ideia? A semente da Palavra é lançada em nosso coração, o Senhor dá o crescimento e erguemos nossos braços em busca dEle. A cada dia buscamos firmar nossas bases na vontade de Deus, um versículo por vez, aprendendo sempre um pouco mais.

Mas somos pecadores... E por vezes a vontade da carne prevalece, e dobramos perante ela. Mas ainda assim, não conseguimos mais ceder totalmente. Deixamos de ter prazer no pecado, e por mais que aconteçam as tentações e provações, sempre voltamos os olhos para Cristo. Às vezes parece que Deus está em silêncio, mas nossa fé por alguma razão não arrebenta!

Com o tempo aquele pecado infeliz começa a se tornar menos frequente, e um dia se tornará uma vaga lembrança. Esporadicamente ele volta, mas não tem a mesma força de persuasão. Você aprende a identificá-lo e prevenir a queda firmando as bases na Palavra. Eis o fruto!

A santificação é um processo contínuo até o fim da vida. Então não ser capaz de resistir a algum pecado hoje não é um sinal de que você deva desistir ou que não é cristão: você precisa perseverar. Talvez seja questão de tempo até você desenvolver a capacidade de resistir ao pecado. Você pode até dobrar envergonhado em razão do seu pecado, mas o fato é que bebendo da Água da Vida você está sendo nutrido para viver a vida eterna, e jamais será arrancado da presença de Deus!

3º Somos bem sucedidos. A fonte do nosso viver é Cristo!

 Já que o foco é uma vida de santificação, ser bem sucedido é conseguir glorificar a Deus com ela. Cristo é a fonte que nutre o nosso viver e realiza essa obra de santificação!  Tudo aponta para Ele! Veja, fica mais fácil entender que no tempo certo você será capaz de vencer o pecado que te aflige, se você compreender que no tempo certo Cristo morreu pelos pecadores!

A humanidade foi condenada em Adão, e milhares de anos passaram até que o Messias que reestabeleceria o vínculo entre Deus e os homens viesse a terra. Ainda assim, ele nasceu, e levou aproximadamente trinta anos para iniciar a proclamação do Reino de Deus. No tempo certo... Tetelestai... Estava consumada na cruz a expiação dos pecados e nossa redenção!

Ora, se o próprio Deus Filho compreendia que havia um tempo certo para todas as coisas, por qual razão entregaremos o jogo diante de um momento de fraqueza? Olhe para Cristo e busque nEle a fonte de vida que diariamente te livrará do poder do pecado!

terça-feira, 25 de setembro de 2018

STCN - Resenha do Livro: A Igreja Discipuladora


A IGREJA DISCIPULADORA



Marra, Cláudio. A Igreja Discipuladora: Orientações da Bíblia e da História para cumprimento de nossa missão. Editora Cultura Cristã.

O livro aborda a educação cristã através de fundamentos bíblicos e históricos. O autor inicia a obra através de uma analise da educação cristã no curso da história da igreja, desde o tempo do Antigo Testamento, passando pelo apostolado de Jesus, e a igreja até o Século XVIII, ressaltando o fato de que o ensino teológico e formação de professores sempre foi um problema, independentemente da denominação a ser analisada.

A segunda parte do livro aborda o tratamento bíblico ao tema. Uma analise inicial do tema apresenta a educação cristã como uma responsabilidade dos pais, que deveriam ensinar a Lei e obra do Senhor. É importante ressaltar que não há qualquer prescrição de forma de ensino, e sim o incentivo de que todo momento fosse uma oportunidade de ensinar, seja pela leitura da lei, demonstração dos memoriais (como as colunas e altares) ou pelas cerimônias, recursos pedagógicos para que as gerações futuras fossem capazes de conhecer ao Senhor.  

O exemplo do Senhor Jesus Cristo e do apóstolo Paulo são apresentados no tocante ao caráter discipulador da igreja. Os apóstolos e Timóteo, mais do que ensinados teologicamente, foram discipulados e incitados a ensinar também. Cristo tinha o cuidado de ensinar as multidões, mas principalmente de caminhar com seus discípulos, preparando-os para dar continuidade à pregação. Mais do que o querigma, Cristo apresenta a necessidade de fazer discípulo ao caminhar junto, conhecendo e dando-se a conhecer. Mais do que o ensino, era permitido aos discípulos a pratica daquilo que o Senhor dava a conhecer. O tratamento dispensado a Timóteo por Paulo não apresenta qualquer diferença, uma vez que caminhando com Paulo, por vezes o discípulo era enviado para as igrejas com a finalidade de ensinar.

Fica evidente que, embora parte do ensino fosse realizado pelos mestres, assim como Jesus o foi, o ensino pelos pais ainda deveria existir, de forma que Timóteo é um dos judeus cuja família possivelmente preservou esta pratica, sendo ensinado acerca das Escrituras por sua mãe e sua avó.

O autor ressalta o erro da igreja de colocar o discipulado como tarefa de segundo plano, focando no imperativo “Ide”, sem atentar, entretanto, que o verbo principal é o discipular, ir fazer discípulos, os quais seriam batizados e ensinados. Outro erro da igreja, baseado nos ensinos bíblicos apresentados, seria separar evangelização, missões e educação cristã, cabendo ao pastor definir sua preferência pastoral.

A terceira parte do livro aborda o ministério de Richard Baxter, a fim de trazer princípios e praticas salutares que a igreja deveria seguir. Uma vez que o discipulado é a prioridade da grande comissão, Baxter apresenta um modelo de praxe pastoral que valoriza a pregação pessoal e individual, com a finalidade de fazer discípulos. Da mesma forma, seu ministério valorizou a atuação pastoral na formação de novos professores que dariam continuidade a tarefa de ensino. O seu sistema de visitação dos lares permitia a pregação consonante ao nível de conhecimento e maturidade espiritual dos membros de cada família, através do estudo dos catecismos ou sermões pregados no domingo anterior.

Também é ressaltada a necessidade do pastor estar atento aos possíveis discipuladores no meio do rebanho, indicando parâmetros para sua seleção, entre eles conhecimento e amor pela Palavra bem como uma vida de piedade. Cumpre ressaltar a critica que o autor faz ao modelo de liderança eclesiástico caracterizado pela existência de um pastor-mestre para uma congregação inteira, ressaltando que a igreja deve possuir um sistema de pluralidade de pastores, tantos quanto necessários para assegurar que todo o rebanho será auxiliado e discipulado.

Conclui-se que os princípios bíblicos nas Escrituras, os quais foram aplicados no ministério de Richard Baxter traz a tona a necessidade de, mais do que pregar ou meramente ensinar dominicalmente, fazer discípulos, aptos a ensinar e discipular. Tal prática traz benefícios para a congregação, entre eles a possibilidade de acompanhar a vida espiritual do rebanho,sendo apontado pelo autor inclusive a possibilidade de avaliar a possibilidade do membro participar da eucaristia. A educação cristã deve ser uma prioridade dos pais, e o ensino da família uma prioridade da igreja.

Pedro Silva Drumond é acadêmico do primeiro período do Curso de Teologia do Seminário Teológico Congregacional de Niterói.

Daniel e Eclesiastes 11:9-10

 "Jovem, alegre-se em sua juventude! Aproveite cada momento. Faça tudo que desejar; não perca nada! Lembre-se, porém, que Deus lhe pedi...