quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Rotina Poética #1

Sexta-feira, fim de expediente.

Saio ainda sob o céu metálico das nuvens que bloqueiam o sol, trazendo a memória a luz refletida em qualquer prataria bem polida. Hora de tomar a última grande decisão do dia; Qual flor daria para R...?


Quando você procura dar flores a sua amada com certa regularidade, você acaba descobrindo qual ela gosta mais (uma informação que nem ela sabe).A minha amada prefere as rosas da tenda de flores em frente ao Terminal Garagem Menezes Cortes.

Procuro uma flor dentro das minhas exigências: Não pode ser muito fechada. Uma flor assim, jovem e tímida, de desabrochar tardio, não chamaria a atenção dela na hora da entrega.

Também não pode ser madura demais, e já ter desabrochado totalmente. O ápice da alegria de R... seria receber a flor, que morreria poucas horas depois da entrega. Nas primeiras horas as pétalas começariam a perder seu vigor. Seu quarto acabaria sendo ornamentado por uma flor escurecida e opaca.




Finalmente encontro o que buscava em uma rosa carmesim de saltar aos olhos, com folhas verdes e feridas pela rotina da terra. Uma flor que começou a se abrir ao mundo, mas que ainda não revelou a plenitude de sua beleza, que será exposta exclusivamente a mulher que amo.

Imagino-a repousando a flor no copo verde da escrivaninha do quarto, e surpreendendo-se dois dias depois, após perceber que a flor desabrochou intensa e imponente. Deixo para R... não a simples atitude de dar a flor, mas saber que em torno dela o mundo floresce aos seus cuidados.

Daniel e Eclesiastes 11:9-10

 "Jovem, alegre-se em sua juventude! Aproveite cada momento. Faça tudo que desejar; não perca nada! Lembre-se, porém, que Deus lhe pedi...