quinta-feira, 2 de março de 2017

Por que lhe daria flores?

Por que lhe daria flores?

Não me diga que não gosta de flores, e de vê-las arrancadas do solo para morrer em suas mãos. Teu problema é o breve viver da pequena flor recebida?
Não lhe dou flores por serem eternas. Você mesmo não é. De que valeria um presente eterno? Te dou flores exatamente por serem breves, da mesma forma que você. No solo ou no teu vasinho do quarto, ainda assim ela morrerá.
Você também, um dia (espero sinceramente que bem tardio). Mesmo assim, não tenho medo de querer arrancar-lhe os sorrisos dos lábios. São mais breves que as flores que morrem, e nem por isso menos atraentes. Teus sorrisos, como as flores, fazem o meu dia mais bonito. Não tenho medo de querer dar-te a mão, por saber que um dia terei que soltá-la; ou fugir do teu beijo por temer o teu, o meu ou o nosso fim.
Se a flor tiver que morrer, que não seja no sopro gelado da madrugada sombria e nem mesmo no calor cruel do meio-dia. Seja nas tuas mãos macias e preocupadas, regando-a pelas manhãs que puder resistir. Morra no criado-mudo do seu quarto, acompanhando seu sono, enquanto esse privilégio não é meu. Que você prolongue o viver dela, e ela prolongue teu sorriso com a nossa lembrança.

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