quinta-feira, 2 de março de 2017

Desejo de um velho pregador.

Quando eu ficar sem palavras quero continuar tendo muito a dizer. Desde muito tempo já estou ciente que, ao saírem da minha boca, minhas palavras estariam perdidas, a menos que encontrassem abrigo nas lembranças de alguém.

Hoje eu vejo minhas palavras se perderem dentro de mim sem que eu consiga dizê-las. Naturalmente a minha vida se esvai no seu curso, e junto com ela minhas palavras, minha capacidade de expor, minha eloquência.

Então quando eu ficar sem palavras, quero saber que quem eu sou fala por mim. Quero poder falar mais com os meus olhos, e com eles contemplar o crescimento das sementes que plantei. Que os meus frutos sejam mais convincentes que a minha voz outrora teria sido.

Quando eu ficar sem palavras quero ver meus filhos e meus netos continuarem a obra das minhas mãos. Quero saber que se uma pessoa disser a meu filho que ele se parece comigo, isso seja motivo de um sorriso no rosto dele.

Quero deixar meu legado, mas não quero ser idolatrado por ele. Honra e glória sejam dadas ao Senhor pelas obras das minhas mãos. Se porventura lembrarem de mim nos locais onde passei, que seja a lembrança de um instrumento, um servo.

Quando eu ficar sem palavras, e quando a minha carne se tornar pó outra vez, deixo à vocês a lembrança de quem eu fui, e as palavras que neste texto eu pude eternizar

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