sábado, 6 de outubro de 2018

Salmos 1:4 - O homem de palha

"Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha."
(Salmo 1:4)



Após comparar os justos a uma árvore junto a corrente de águas, o salmista volta a referir-se ao ímpio, comparando-o com a palha que é lançada para longe. O que esta sentença tem a nos ensinar?


A palha no período do salmista era o cúmulo da inutilidade e falta de aproveitamento. Não tinha raiz, peso ou utilidade. Quando era joeirada, o vento lançava-a para longe, e apenas os grãos ficavam.

É isso: o ímpio é inútil. 

Qual é a utilidade do homem que não crê em Deus no fim das contas? Qual a razão da sua existência? Não havendo Deus, somos um grande acidente cósmico, fruto da aleatoriedade. Nascemos e morremos sem objetivos, e na tentativa vã de não enlouquecer em nossa insignificância buscamos formas de nos dar um sentido. Em um universo com bilhões de anos de existência, buscamos deixar nossa assinatura na eternidade. 

Como a palha, o ímpio é levado não apenas por ventos de doutrinas, ele é simplesmente levado. Vaga pelo mundo sem um objetivo definitivo, buscando sentido, uma forma de ser mais do que nada, para não morrer da mesma forma que nasceu: sem qualquer utilidade. Busca dar peso a sua existência através das suas obras, busca perpetuar-se por suas ideias e exemplos. O homem não aceita a insustentável leveza de ser tão breve e incompleto sem Deus; busca viver, ainda que como ideia. Shakespeare dedicou diversos sonetos a falar da beleza da mulher amada, lamentando que ela envelheceria com as estações. Cria, portanto, o Soneto XVIII com o objetivo de eternizá-la. O tempo levaria beleza e vida, mas em sua concepção, ela seria eterna, pois transporia as gerações junto com o soneto.

A verdade é que a vida do homem só faz sentido a partir do momento de que ele reconhece a existência de Deus. Ele deixa de uma criatura natimorta e passa a ser filho de Deus. Ele descobre que sua existência, antes sem sentido, na verdade tem como fundamento a glória de Deus e seu incomparável amor, visto que diante da ofensa do pecado, manifestou a Sua misericórdia! Descobre que nasceu para servir ao Senhor, cuidando pessoalmente da criação, governando sobre todas as criaturas.

Deus é o fundamento da existência, e, não O encontrando, o ímpio ergue a si mesmo ou ídolos na busca de completar o seu vazio existencial; sua falta de Jesus. Ele faz de si o seu próprio Deus; de suas obras mandamentos. Ele busca em homens a sua própria salvação. Busca ídolos segundo seu coração, que é repleto de misticismo, ao invés de espiritualidade. Ele procura auxílio de coachs para suas aflições e falta de fé, como se tentasse suturar uma ferida com band-aids; quando na verdade ele só precisaria olhar pra Jesus Cristo!

Só o homem com Cristo alcança o que o ímpio apenas deseja: gozar a vida, e ao fazê-lo, ter um sentido para viver e existir. 


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