segunda-feira, 30 de abril de 2018

Inspector Akane Tsunemori - Volume 02

Fala aí, você que está lendo! Beleza? Depois de passar semanas reclamando nas minhas redes sociais sobre a demora da Panini para abastecer as bancas, acabou que eu demorei pra escrever o artigo, mesmo tendo lido o mangá no dia que eu comprei! Antes tarde do que nunca né?

Não, não é a Akane haha


O primeiro volume terminou com os nossos investigadores dentro de uma fábrica de robôs, sem rede, o que impossibilitava o uso de comunicação e das próprias Dominators. Bem, conforme eu tenho visto no mangá, o sistema Sybil é mais falho do que nós esperávamos, pois, não bastasse a Akane demonstrar que é possível diminuir o stress psicológico a ponto de fazer uma Dominator alterar o eliminação para paralisante, descobrimos mais dois problemas.

O primeiro deles é que é possível diminuir o stress psicológico sendo violento. Isso fica claro na parte 02 de "Como criar animais". Aliás, já deveria ter atentado pra isso na parte 01, durante a cena do bullying coletivo; o que tem continuidade com a descoberta do funcionário que vinha cometendo os homicídios na fábrica, que era nada mais nada menos que o alvo das piadas e perseguição. 

Esse episódio em si já demonstra a fragilidade do Sistema Sybil! Se você já leu o mangá, gostaria que refletisse na postura do diretor da fábrica... CARA, ELE CONSEGUE BURLAR O SISTEMA!!! Ele mantém o Psycho-Pass dos funcionários em níveis regulares apenas permitindo que estes tenham episódios de violência coletiva, deslocando o alvo da violência para outro setor com a finalidade de diminuir o stress da vítima também! 

Perceba que o fato da violência do bullying ser comum para o grupo, isso não gera stress, pelo contrário, alivia as tensões que o próprio trabalho na fábrica causava! Então o Sybil trabalha com uma análise social para apurar seus resultados? Isso é uma possibilidade, se formos pensar no próprio conceito de crime: um fato previsto em lei como crime. Quem determina o que é crime é a sociedade que cria a lei. Então tudo que está fora da aceitação da sociedade é crime, de forma que não seria incorreto considerarmos que o sistema analisa de forma coletiva em busca da anomalia no padrão. Se a sociedade (no caso os funcionários da fábrica) considera aceitável o assédio à um funcionário, o Sybil não é capaz de identificar a anomalia!

E vamos analisar o criminoso! O diretor da fábrica achava que o Psycho-Pass do funcionário assediado normalizava por causa da transferência de setor, quando na verdade descobrimos que eram os homicídios que faziam isso! Então por mais este episódio vemos que a Akane estava correta em não atirar, porque o julgamento do sistema é precário, e pode ser alterado não só por tranquilizar o alvo, como também quando o próprio desejo de crime é satisfeito! Quantas pessoas passíveis de reabilitação morreram no julgamento? Fica a reflexão pra gente!



O segundo problema também ficou solto no comecinho do Volume 01, mas que agora veio como um tapa na cara do Departamento de Investigação Criminal da Agência de Segurança Pública e Ministério da Saúde e Bem-Estar, e é o fato do sistema não ser universal, e haver locais e rotas pelos quais é possível transitar sem ser detectado pelo scan da Sybil. Essa foi a forma pela qual o assassino de "A mascara que ninguém conhece" não foi detectado, mesmo sendo o tipo de  cara que esquartejava as vítimas com bisturis, em pedaços tão pequenos que eram descartados pelo ralo!

Não sei se vocês já perceberam, mas eu pouco falarei da história do mangá. Minha análise será sempre quanto a história pessoal dos personagens, o funcionamento do sistema e a reflexão sobre o crime que podemos tirar na obra.

A sociedade é aparentemente estável e bem sucedida, de forma que a ideia de uma pessoa desempregada ser abordada como algo anormal. Neste ponto o Sybil parece muito eficiente, ao fazer a logística de distribuição das funções e empregos de acordo com a valiação realizada após o período escolar, de forma que não há quase nenhum desempregado. A mesma avaliação que mostrou que Akane não só tinha qualificação para qualquer departamento, como também ser a única apta ao D.I.C.A.S.P.

Caraca, os únicos desempregados no mangá seriam os YouTubers e os Players, considerados como aqueles que vivem de patrocínio para ficar online nas redes sociais, como é o caso das vítimas dos crimes em "A mascara que ninguém conhece"! E detalhe: são considerados todos como criminosos em potencial, visto que num evento cheio deles, a Dominator dos investigadores e executores entrou em modo paralisante para todos os presentes, impedindo que o assassino fosse pego. Isso só reforça minha tese sobre os fatores de análise do Sistema Sybil, visto que as pessoas que ficam muito tempo em jogos onlines e redes têm poucas interassões sociais e dificuldade para socializar. Vemos uma sociedade de ferro que caminha sobre uma estrada de cristal. O estresse é uma preocupação tão intensa que as adolescentes são enviadas para colégios de meninas para serem protegidas do mundo numa fase da vida onde são consideradas suscetíveis.

A história do Kougami e do Ginoza também se desenvolve melhor, trabalhando duas hipóteses interessantes. A primeira está ligada à história do Executor Kougami, visto que Akane começou a ter dificuldades para lidar com o seu subordinado após o plano para descobrir o assassino da fábrica. Pela primeira vez Akane se sentiu insegura em estar próxima do seu cão de caça, ao perceber o seu olhar e expressões durante a caça. Ela então procura Kagari após uma conversa com Ginoza, em busca de informações, descobrindo que Kougami já foi um Investigador, como ela, e tornou-se um criminoso em potencial após o assassinato de um dos seus executores, episódio após o qual mergulhou na investigação criminal até desenvolver a mentalidade de um criminoso. Descobriu, ainda, ser o único crime que o departamento não solucionou e que Kougami continua investigando por conta própria.

Tendo isso em mente, fica fácil compreender as razões para Ginoza manter uma distância considerável dos executores, aos quais confia a tarefa de investigar o crime enquanto ele apenas os mantém sob controle. Aparentemente o tratamento rude direcionado a Kougami se dá pelo remorso de ver o amigo ter se tornado um criminoso potencial e ser rebaixado! Logo, o Psycho-Hazzard é um risco mais sério do que a jovem investigadora tem realmente considerado.

E já que falamos sobre Ginoza, o mangá deixa uma questão interessante no ar: O coeficiente criminal é um fator hereditário? É revelado que o pai de Ginoza é um criminoso, e por tal razão o mesmo está em constante observação, mesmo sendo ele um Investigador! Creio que a resposta para essa questão seja negativa, visto que até o presente momento podemos considerar que o coeficiente criminal é analisado levando em consideração a fatores sociais.

Ginoza tem ganhado um pouco mais de respeito da minha parte, mesmo agindo como um asno antissocial. Enquanto Akane tem feito um ótimo trabalho em ganhar o respeito dos executores, e tornar todos uma equipe de verdade, Ginoza tem amarrado as pontas soltas, descobrindo que tanto no crime da fábrica quanto no do roubo de avatares havia alguém por detrás, com inteligência e recursos suficientes para criar um protocolo capaz de hackear um robô do departamento, ou mesmo todos os avatares de uma rede social ao mesmo tempo.

E esse alguém tão inteligente finalmente deu as caras! Makishima aparece já na metade do mangá, como alguém que apoia o criminoso em sua empreitada, dando os recursos necessários para realização dos crimes. Estou extremamente ansioso para saber quais são os planos dele, visto que até o presente momento ele sempre agiu no anonimato, mas no final desse volume toma um passo um tanto arriscado: passa a apoiar uma nova assassina que tem amor pela arte, e passa a usar  corpos humanos para criar suas obras, usando um método de preenchimento do corpo com resina!

O verdadeiro vilão finalmente apareceu!

Fico perplexo com o que ele possa ter em mente, visto que está usando o mesmo método utilizado no assassinato do amigo do Kougami, o que despertou a sua atenção imediata para o caso! Esquece aquela história do executor de poder ser novamente um policial! Vemos agora o verdadeiro executor farejando o criminoso pelo crime! A caça vai começar!!!

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