domingo, 16 de julho de 2023

A excelência do ministério de Jesus (João 3:31-35)



 Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.

E aquilo que ele viu e ouviu isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho.

Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro.

Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.

O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.

João 3:31-35

O capítulo 3 aborda uma discussão que havia começado entre os discípulos de João e os judeus, acerca da purificação. Nesse contexto, os discípulos de João Batista relatam para o profeta que Jesus estava realizando batismos, e ele declara estar alegre com isso, assim como o amigo do noivo se alegra com sua felicidade durante o casamento, afinal, importava que de fato o ministério de Jesus Cristo se destacasse. Em sua defesa do ministério do nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta João Batista nos deixa os seguintes ensinamentos:

Em primeiro lugar, Jesus Cristo é soberano e verdadeiro 

João inicia a perícope com a afirmação de que Jesus Cristo vem das alturas é por esta razão Ele está sobre todos. Ele faz uma verdadeira distinção acerca do que Jesus poderia fazer no tocante à purificação, e no que ele mesmo e qualquer outro homem poderiam fazer. Ele está afirmando que o ministério de Jesus Cristo está acima do dele próprio e de qualquer outro homem. Importava, portanto, que os homens buscassem o batismo de Jesus Cristo e de fato atentassem para os Seus ensinos.

O nosso Senhor é aquele que vem das alturas, e, estando acima de todos e testificando acerca das coisas que viu e ouviu do próprio Pai ele poderia de fato declarar aos homens toda a verdade acerca da purificação e da reconciliação com Deus. João Batista, por outro lado, era da terra e falava acerca das coisas da terra, ou seja, todo seu ministério se limitava àquilo que poderia fazer e ele mesmo testificar. João Batista poderia falar sobre as expectativas da chegada do Messias, sobre moral e ética, sobre pecado e arrependimento; mas jamais poderia fazer afirmações completas sobre o caminho para os céus, sobre a salvação, as expectativas de Deus para os homens e o novo nascimento.

João e os demais aguardavam a chegada do Messias que pisaria a cabeça da serpente e faria a reparação da relação com Deus rompida no Jardim do Éden. Pouco mais do que isso poderia ser asseverado, e havia muita confusão e teses de como isso seria realizado. Era comum, inclusive, acreditar que o Messias viria como um grande Rei que derrubaria os impérios e reis com mão forte. Acreditava-se que toda Israel herdaria o Reino dos Céus por ius sanguinis (direito de sangue).

Jesus Cristo então acaba com todas as dúvidas e especulações, declarando que Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que o Reino dos Céus não é desse mundo. Ele ensina que quem nEle crer terá a vida eterna, independentemente de ser judeu ou gentio.

Em segundo lugar, o ministério de Jesus testificava a verdade de Deus

Havia ainda outra diferença entre o ministério de Jesus Cristo e o de João Batista, e dizia respeito ao testemunho da verdade de Deus. João declara para seus discípulos que ninguém aceitava o testemunho de Jesus Cristo, e isso encontra respaldo nas razões já citadas acima. Por outro lado, aqueles poucos que criam em Jesus certificavam que Deus é Verdadeiro.

Nessa distinção, negar o ministério de João Batista correspondia a negar as palavras do profeta, enquanto negar o ministério de Jesus Cristo correspondia à negar as palavras do próprio Deus. Ao homem que negasse João, outras oportunidades de testificar a verdade de Deus poderiam ser concedidas, tais quais a ação do próprio Espírito Santo através do ouvir a pregação de Jesus. Por outro lado, ouvir as palavras de Jesus Cristo e negar-lhe a verdade corresponde a efetiva e integral incredulidade. 

Essa distinção era de fato importante naquele contexto, pois alertava aos discípulos de João Batista que eles precisavam ser, antes de tudo, discípulos do próprio Jesus Cristo. Alertava que as palavras de João poderiam falhar, mas as de Jesus jamais falhariam. João poderia ter dúvidas, como de fato as teve posteriormente, mas Jesus Cristo era detentor da verdade de Deus e das certezas.

Em terceiro lugar, o ministério de Jesus é pleno e constante

A terceira distinção feita por João Batista corresponde à natureza do ministério do profeta, suas palavras e ações. Enquanto João Batista, como homem, recebia da autoridade do Espírito Santo em momentos específicos e para assuntos específicos, tais quais preparar o caminho para vinda do Messias; o próprio Jesus Cristo possui a plenitude do poder de Deus em todos os momentos.

João declara que Jesus não recebeu o Espírito por medida, em alusão à operação do Espírito Santo na vida dos homens. No Antigo Testamento nós vemos que a ação do Espírito num homem ocorreu em alguns momentos específicos da história, e de forma temporária. O Espírito Santo realizava uma determinada tarefa através do homem, e depois o deixava.

Jesus, por outro lado, não falava temporariamente através da ação do Espírito Santo, pois Ele mesmo possuía a autoridade para falar a Verdade. Ele veio dos céus, e não era um mero mediador da Palavra, um profeta como qualquer outro. João declara para seus discípulos que o Pai amava Jesus Cristo e entregou todas as coisas a Ele. Então Jesus não precisava aguardar o derramamento do Espírito Santo para dar autoridade em Seu ministério, pois Ele tem a autoridade sobre todas as coisas. Ele poderia ensinar o caminho ao Pai, a purificação e a salvação, pois ele mesmo detinha todas as coisas.

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