Algumas pessoas recaem no erro de
acreditar que Jesus Cristo, o Filho, só nos é apresentado no Novo Testamento.
Lembro-me de um texto do Gregório Duduvier que reflete exatamente esse
desconhecimento, chamado “Querido pastor”.
A carta fictícia de Jesus para um
pastor afirmava “Caso queira me conhecer mais, saiu uma biografia bem bacana a
meu respeito. Chama-se Bíblia. Já está à venda nas melhores casas do ramo. Sei
que você não gosta muito de ler, então pode pular todo o Velho Testamento. Só
apareço na segunda temporada”.
Não espero muito do referido
autor, pois não se trata de um teólogo com base bíblico-teológica cristã. Mas
ele reflete bem o meu ponto: restringimos a ação de Jesus ao Novo Testamento,
mais especificamente à obra da salvação.
Entretanto, a teologia nos ensina
a Triunidade de Deus, de forma que não há como desassociar o Filho do Pai e do
Espírito Santo, como se em algum momento Ele não tivesse existido, ou que seu
papel se resumisse à morte e ressurreição. O próprio Novo Testamento nos ensina
que Jesus estava presente na Criação. Todas as coisas foram feitas por Jesus, o
Verbo, e sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1:1-4).
Avançando um pouco na criação,
vemos então a Queda do homem. O casal no Éden toma do fruto proibido pelo
Senhor, recaindo sobre eles e toda a criação a maldição do pecado, da morte
física e espiritual. Também é apresentada a esperança: seria posta a inimizade
entre a semente da mulher e a semente da serpente. Esta morderia o calcanhar,
enquanto aquela lhe feriria a cabeça
(Gênesis 3:15). É o protoevangelho apresentando o Filho como aquele que
restauraria a comunhão do homem em razão da Queda.
Sem entrar em detalhes, também podemos citar as diversas teofanias, nas quais o Anjo do Senhor aparece para homens na história do Antigo Testamento. Esse termo, na verdade, não diz respeito a um anjo comum, mas ao próprio Jesus Cristo! Deus, quando se apresentava visivelmente, o fazia através da imagem do Filho!
Mas... Sim! É importante falarmos do plano da salvação que nos é apresentado no Novo Testamento! Paulo sintetiza a obra salvífica do Filho
em Romanos 3:23-24, nos apresentando o Seu plano de Redenção. Na medida em que
todos pecaram e não podem justificar a si mesmos diante de Deus, Jesus
graciosamente nos redimiu, tornando-se maldição em nosso lugar (Gálatas 3:13) e
levando sobre Si nossas dores e maldições (Isaías 53:4-6). Jesus Cristo pagou o
preço por nossos pecados.
Portanto, nossa relação com Deus
está restaurada. O véu que separava o homem de Deus foi rasgado, no Seu sangue
Jesus efetuou a eterna redenção! (Hebreus 9:11). Quando cremos em Cristo somos
feitos nova criação, sem a escravidão do pecado, restaurados à comunhão com
Deus, mediante a fé em Cristo (II Coríntios 5:17). Que possamos descansar a
cada dia na realidade de sermos portadores de uma liberdade, paz e vida que jamais
mereceremos!
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