Agora eu uso Kindle, pois não há mais espaços para livros físicos na minha casa! |
Sim, começo o artigo com a minha conclusão!Uma compilação de nove sermões com base em Isaías 40 que são extremamente relevantes, e cujo título é baseado no último capítulo da obra. Entretanto, não há um só momento em que o autor não te faça refletir em Deus como alguém completamente magnânimo e autônomo!
Sendo uma compilação de sermões, fico extremamente contente em dizer que senti como se estivesse sentado no banco de uma igreja, sendo edificado pela ministração da Palavra. O contexto no qual estava inserido no período de leitura da obra tornou-a não apenas valiosa para fins de aquisição de conhecimento, como também necessária para seguir em frente.
Bem, começando pelo próprio Sr. Martyn, cujo estilo é extremamente dinâmico, sincero e incisivo. Ele não poupa palavras no momento das repreensões (e são muitas), e quando necessário falar do Senhor, estas não faltam! É o tipo de autor que eu preciso ler! Há uma lacuna muito grande entre a compreensão doutrinária e o desenvolvimento da devoção durante a leitura de um livro, de forma que sempre haverá autores que alcançarão o seu coração, enquanto outros ao abordar o mesmo tópico, apenas lapidarão o seu conhecimento.
Creio que dentro da condescendência de Deus, as palavras do autor poderiam muito bem fazer jus ao Deus que ele se propôs a apresentar ao leitor! Mas não poderia ser diferente! Os sermões são expositivos, e fazem referência direta à própria Palavra! É o tipo de sermão que eu anseio escutar ao chegar na igreja domingo!
Talvez a característica mais marcante do livro seja abordar a forma como os nossos maiores problemas estão diretamente vinculados ao pouco conhecimento que temos de Deus, apresentando três características básicas do Senhor: Poder, Glória e Insondabilidade! Na visão do autor é o desconhecimento dessas características que está no âmago das questões levantadas pelos homens.
Basicamente, todas as nossas dúvidas e dificuldades de aceitar verdades bíblicas pouco palatáveis ocorrem simplesmente porque Deus não é o princípio do nosso conhecimento, e nem Ele o ponto de partida pelo qual moldamos nossa cosmovisão. Depravação total, inferno, pecado e necessidade de ser salvos... Nossa dificuldade de aceitar tais verdades se dá no fato de que não olhamos Deus como o principal ofendido, nem como suficiente e poderoso.
A crítica aos questionamentos dos homens é bastante intensa nos primeiros capítulos, e na minha opinião o inimigo que o autor combatia em seus sermões é a Teologia Liberal! Há críticas diretas aos pontos doutrinários liberais (aos quais ele atribui boa parte dos questionamentos dos homens), e mesmo uma referência direta á queda da visão do homem como alguém bom no momento em que bombas começaram a explodir na guerra! Acredito que seja uma referência direta ao período das duas Guerras Mundiais, período em que a Teologia Liberal caiu por terra. A própria linguagem incisiva que eu apontei é uma característica de narrativa de combate, de defesa contra um grande inimigo ou pronunciamento contra um ídolo que se levanta na sociedade.
O livro inicia com esta problemática, e caminha na apresentação do Deus Suficiente que poucos cristãos conhecem. Afirmo sem medo que Deus não é o centro da mensagem em muitos púlpitos, e que muitos cristãos talvez não conheçam o seu Deus. Temos diante dos nossos olhos as palavras de Deus, mas não atentamos para o Deus que as escreveu! O livro me inspirou a fazer um paralelo entre a Palavra de Deus e o Deus da Palavra; e a Lei e Graça.
Funciona da seguinte forma: olhamos para a Palavra e a perfeição de seus dispositivos, mas não atentamos que refletem a perfeição do próprio Autor. Essa perfeição exigida toma um peso muito grande quando não olhamos para Deus, e sim para os homens. Isso reflete diretamente na forma como encaramos Lei e Graça, pois quando olhamos só para as exigências da Lei e tentativa de obediência, esquecemos da Graça de Deus quando pecamos. O Pai amoroso que perdoa seus filhos é deixado de lado, e passamos a viver com a imagem do Juiz Justo, que cobra o pecado com a morte. Uma visão equilibrada leva em consideração o nosso Deus como Justo e Justificador (Romanos 3:26).
Resumindo a obra: Deus no início de qualquer abordagem sobre Deus! No início de qualquer abordagem sobre o homem, sobre o mundo, sobre a sociedade, cultura, etc! O ponto de partida é Deus, suficiente para sustentar qualquer conhecimento com a mesma maestria e perfeição que sustenta a eternidade em Suas mãos!
Por favor, não deixem de ler esse livro!
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